HEROIS, POLÍTICA E HISTÓRIA EM QUADRINHOS, EM EX-MACHINA.
“EX-MACHINA”: Essa fabulosa obra, expõem a política de forma sóbria, instigante, curiosa, além de mostrar a boa intenção do salvador e herói.
Várias são as histórias do universo da ficção que se relacionam com a política, podendo ser de forma metafórica, em segundo plano, ou por temas do poder. Temos aquelas que citam o protagonista como resistente a um governo autoritário, corrupto, ou violento; alguns de temas de Guerras e lutas contra o terrorismo; outros com temas de conspirações e controle das mídias. Para elucidar, vou citar algumas obras, como Jogos Vorazes, V de Vingança, 1984, Star Wars, Vingadores: Guerra Civil e outros. Ou seja, podemos ter obras artísticas no cinema, séries, novelas, literatura e história em quadrinhos (HQ) com esses temas circundando a história principal ou mesmo, diretamente. Já existem muitas obras nesse caminho e com certeza terá mais. Porém, aqui chamo a atenção para a obra em quadrinhos de Brian K. Vaughan, Tony Harrys e John Paul Leon: “Ex Machina”.
A HQ de Vaughan, roteirista, cria um universo de que nosso herói, Mitchell Hundred conhecido no passado como “A Grande Máquina”, salva a cidade de Nova York do segundo avião enviado ao World Trade Center, e vence a eleição para prefeito da cidade. Antes mesmo do ataque às torres gêmeas e de tornar-se candidato, tinha revelado sua identidade secreta e seu interesse de cuidar efetivamente da população, sendo sincero e transparente com seus eleitores. Foi eleito de forma independente, ou seja, não se vinculou aos partidos tradicionais do EUA, Republicanos ou Democratas.
Vaughan e sua equipe, revelam os meandros da política, com alguns pormenores, como o cuidado com as expressões públicas, as possíveis distorções, ampliações e destaque que podem ocorrer, a vigilância da mídia e atitudes extremas de pessoas de diferentes correntes ideológicas, ou mesmo de forma impulsiva. Em meio esses problemas do dia a dia dos políticos, ainda existe seu histórico de super-herói que continua a respingar na sua administração. Ou seja, ainda existem vilões que querem prejudicá-lo ou derrotá-lo.
Nas digressões d’ A Grande Máquina, mostra o engenheiro (Mitchell Hundred) e sua equipe planejando equipamentos para o herói, ao mesmo tempo que ele tem que lidar com seus excessos, também pode ser denominado efeito colateral, ao destruir obras públicas, machucar pessoas, ou prendê-las por coisas banais. Vaughan consegue articular diversos enredos, criando arcos diferentes, porém integrando por meio de inteligência, mistério e ação. Para mim uma das suas melhores obras.
Essa série em quadrinhos, tem uma lucidez política, uma realidade crua, porém mistura com a ficção na medida certa, evitando a burocracia do trabalho administrativo. A ideia de o herói largar a máscara, para entrar nú na roseira que é a política de uma cidade, e perceber que seus poderes muitas vezes são inúteis ao lidar com a opinião pública, segurança, saúde e bem estar da cidade e sua população. Até agora foi lançado apenas três livros da série, só espero que a série não seja descontinuada.
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