II GUERRA MUNDIAL: O DIÁRIO DE ANNE FRANK

ANNE FRANK

Sabemos que informações e impressões das outras pessoas, são facilmente assimiladas e passadas adiante. Geralmente, de um jeito exagerado e com julgamentos do intermediário sobre a vida alheia. O Diário é uma fonte dessas informações e impressões é o que torna rico as informações sobre o cotidiano e o pensamento de Anne Frank.

Anne Frank era uma adolescente de 13 anos quando começa a escrever seu diário durante a II Guerra Mundial (1939-1945), a partir da invasão da Holanda por tropas nazistas. No seu relato constam as impressões e julgamentos sobre seus colegas de escola, as relações com suas amigas e os meninos, a descoberta da paixão e do corpo, as relações familiares, a vida e as pessoas no Anexo Secreto, local que sua família, a dos Van Dan e o Sr. Dussel, todos judeus, encontraram para ficar escondidos a partir de meados de 1942, pela acirrada perseguição dos nazistas aos judeus.

A adolescente em suas narrativas expõe seus sentimentos de empatia e antipatia pelas pessoas, as dificuldades que tem que enfrentar por estar confinado com um grupo de 8 pessoas em pouco espaço, não podem sair e se relacionar  com outras pessoas, apenas as do grupo e as que forneciam alimento e outras coisas necessárias para a sobrevivência. A aflição dos barulhos de bombas caindo de aviões, dos exércitos lançando seus projéteis de canhões e metralhadora contra seus inimigos. O medo de serem delatados, presos, torturados. Os rumores que escutavam sobre os campos de concentração, as dificuldades de conseguir seus alimentos, produtos de higiene, roupas e sapatos. A ânsia de ouvir a rádio inglesa para saberem informações sobre o andamento da guerra. A preocupação com os seus colaboradores quando ficavam sem poder ajudar devido as enfermidades. A aflição das invasões à empresa em que ficavam escondidos por ladrões, que poderiam ser os policiais da Gestapo.

Afirmo que essa obra é um relato bastante intenso sobre os bastidores da vida na II Guerra Mundial, dos problemas enfrentados durante o período, como a falta de alimentos, da perseguição e confinamento opcional para manter a família unida, da solidariedade de seus colegas permitindo a sobrevivência da família no andar superior da empresa em que Otto Frank trabalhou, ajudando-os com os provimentos alimentares e outros produtos necessários. Aflições, medos, ansiedades, manter credos, conflitos familiares e entre famílias esses “ingredientes” tornam esse diário uma ótima obra histórica, de fácil leitura, capaz de entreter e informar, além de estimular a pensar sobre o “benefício” de uma guerra, os limites da convivência, as divergências de valores na alteração do tempo e espaço, o amadurecimento, além da exposição de pensamentos e questionamentos tipicamente adolescente. Em fim, uma obra inesquecível, um diário não apenas sobre a guerra, mas que ressalta a particularidade do pensamento de uma jovem sobre determinadas situações do cotidiano,  como sua “raiva” pela mãe "incompreensível", amor pelo pai “compreensível”, a amizade e as diferenças entre Anne e a irmã Margot, a paixão por Peter, e ora a incompreensão, e ora a compreensão das atitudes dos Van Dan e de Dussel.

OTTO FRANK, pai de Anne.

CONTEXTO.

Anne e sua família eram alemãs refugiaram-se na Holanda e em decorrência da perseguição e a dificuldade de serem Judeus no mundo sob domínio Nazista procuraram um local para sobreviver, o Anexo Secreto, os andares superiores de uma empresa.

O ano de 1942 é onde começam as primeiras derrotas de Hitler e o Eixo, tanto nas colônias européias como na Europa.

A esse clima Hitler intensifica a perseguição e extermínio dos Judeus. Holanda é anexada à Alemanha e as leis alemãs se estendem aos residentes nesse país, ou seja, também foram perseguidos pelos nazistas.

A Gestapo era a polícia política de Hitler que tinha como objetivo proteger a Alemanha dos “exploradores” e antipatrióticos judeus e pessoas contrárias as políticas Nazista.

Contudo, Anne, sua família e os outros moradores do Anexo Secreto eram de uma família de boa condição financeira, com poder de suborno, realizava compras no mercado negro quando necessário e enfrentava os problemas de convivência e adaptação da melhor maneira possível em tempos da II Guerra Mundial.  A Guerra envolveu diversos continentes e países, teorias de extrema autoridade, com uso intensivo de propagandas e tecnologia para o desenvolvimento de armamentos e por fim, um ideal nacionalista, xenofóbico, anticomunista, antiliberal, antisemita que se apropriavam das teorias eugênicas para legitimar a superioridade da raça ariana e a inferioridade dela sobre as outras, permitindo seus abusos contra a humanidade.